domingo, 31 de janeiro de 2016

Sobre entrevistas e o processo de julgar pessoas


    No momento eu estou passando por várias entrevistas e a experiência me parece torturante. Passar pela situação de estar em uma sala com meia dúzia de pessoas te julgando, principalmente pelo que você sabe ou o que você é geralmente se baseando no background e na experiência de vida delas (que principalmente em lugares top tende a ser melhor do que a minha) é uma experiência opressora.
     Eu venho de uma família que os americanos chamariam carinhosamente de "white trash". Eu morei nos piores lugares - meus pais uma noite ouviram um assassinato na rua, embaixo da janela do quarto deles, do lado do sobrado onde nós morávamos em Osasco. Eu estudei em escolas cada vez piores, pra onde eu ia só pra passar por bullying e não aprender nada, até chegar ao ponto de eu, a melhor aluna da turma, dizer que eu não iria mais pra escola porque eu aprendia mais coisas em casa sozinha - e foi assim que eu aprendi inglês inclusive: o primeiro curso que fiz foi em Toronto, há dois anos e foi só um mês pra me tornar fluente. Dois anos de uma escola particular mediana em Osasco no ensino médio (que os meus pais só puderam pagar pra mim e não pros outros três) e uma bolsa de 50% num cursinho foram o que me levaram até a USP. Mas eu só entrei num curso que não era o que eu queria, que não era minha primeira opção e comecei trabalhar logo no segundo ano num estágio ruim num banco (não por escolha minha) que me deixava 5 horas por noite pra dormir. Esse trabalho me fez atrasar minha graduação em 3 anos e meio - justamente o montante de tempo que eu passei trabalhando lá. Pra tornar a coisa toda mais fácil, eu resolvi que não era aquilo que eu queria fazer da minha vida - que eu queria trabalhar com programação mesmo - e voltei a ser estagiária. Os dois primeiros anos me ajudaram bastante, mas por insegurança pela minha falta de formação, por problemas pessoais (desencadeados pelo fato de eu ser mulher e da minha criação) eu passei 4 anos num emprego que não me agregava nada e que só fez atrasar minha carreira. Resolvi praticamente começar zero de novo, decidi que não queria passar meu tempo trabalhando com programação em uma área em que as pessoas não se interessavam de verdade por isso, pedi demissão, fui estudar e enfiar minha cara pra aprender tecnologias novas e trabalhar com pessoas realmente boas dessa vez. Então não: não foi um caminho nada linear e simples. Mas eu tenho chegado onde eu quero e vou continuar chegando.
     E o meu ponto é o seguinte: não julgue as pessoas, como elas são ou onde elas estão baseado nas suas próprias experiências. Elas podem não estar no mesmo patamar que você e pode não ser porque elas são incompetentes ou pouco interessadas. Pode ser simplesmente porque elas tem um background diferente do seu. E se você precisar julgar quem elas são - como é necessário num processo de entrevista - faça isso pelas idéias delas e por onde elas querem chegar. É isso que vai fazer toda a diferença de verdade se você der pra elas a oportunidade que elas merecem.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Menos bancos = menos mendigos

     Ontem fiz um post no Facebook perguntando aos meus amigos: "Qual a utilidade de uma praça sem bancos?". Uma amiga então fez um comentário interessante em resposta. Ela trabalha no metrô e disse que no projeto da estação Jardim São Paulo os moradores pediram pra não colocarem bancos na praça que foi feita em cima da estação porque eles tinham medo que os bancos atraíssem mendigos.
     Bom, se você pensa assim também, eu quero compartilhar uma idéia com você - tenha em mente que isso vem de uma moradora do CENTRO, com bastante conhecimento de causa a respeito do assunto: se os mendigos quiserem ficar no local, eles vão ficar, com ou sem bancos! Eles não se importam! Eles dormem no chão se eles precisarem!
     A única coisa que a falta de bancos espanta são as pessoas que iriam ali só pra aproveitar a praça! Bater um papo, tomar um sorvete, etc. E aí, sua praça fica vazia e mais perigosa - porque não ter gente no local sim torna o lugar mais perigoso.
     Além de tudo, partindo da minha experiência de novo, os locais onde as pessoas sentam pra bater papo e se aglomerar são os locais onde os mendigos não ficam. Eles querem um lugar mais tranquilo pra dormir, eles não querem barulho! Pode passar aqui no centro e verificar. Eles até vão estar na mesma praça que as outras pessoas - porque aqui eles estão em todos os lugares - mas elas vão estar num canto e eles em outro.
     Então, essa lógica de não colocar bancos pra não atrair os mendigos, sinto muito informar, mas é uma lógica bem falha!

PS: Veja, não estou defendendo que mendigos são isso ou aquilo nesse post; se eles deveriam ficar aqui ou ali; só estou discutindo a lógica "menos bancos = menos mendigos".

quinta-feira, 27 de março de 2014

Sobre a “falta de esforço” das pessoas pobres

Estudando na USP e trabalhando em minha área eu tive a oportunidade de ter amizade com pessoas de uma classe com a qual eu não tinha tido real contato antes. Não são pessoas ricas, mas são pessoas de classe média que tiveram durante sua juventude uma condição financeira muito melhor que a minha. Eu não sou nenhuma coitada, mas sempre estive bem longe disso.
E eu gosto muito dessas pessoas que conheci, mas tem uma idéia que elas costumam propagar - e que mesmo pessoas que vieram de mais baixo e, ao chegar a algum patamar razoável, propagam - que me incomoda profundamente: “As pessoas pobres são pobres porque elas não se esforçam o suficiente!”
Sim, é verdade que se você se esforçar o suficiente você é capaz de tirar um diploma e ter uma condição de vida muito melhor. Mas alguma dessas pessoas que teve a escola paga, viagens de intercâmbio, cursos de inglês, etc, tem alguma idéia do quanto é “suficiente” quando você mora na periferia em uma casa ruim, longe, estuda na pior escola e tem uma família disfuncional? O suficiente pra você era estudar algumas horas por dia no tempo que você tinha livre entre ir pra escola e ir pro shopping com seus amigos. Pra essas pessoas é arrumar um tempo entre trabalhar, pegar duas horas de ônibus pra ir e duas pra voltar do trabalho, lidar com os problemas familiares, que se exacerbam com a falta de espaço e dinheiro, e ir pra escola - sim, porque na escola mesmo você não vai aprender nada! Acredite na palavra de alguém que não teve que trabalhar durante o ensino fundamental ou médio, mas teve que estudar em escola pública mais de 70% da vida e, em alguns casos, nas piores escolas públicas: se você quer aprender o suficiente você tem que estudar sozinho!
Então, sim, existe uma chance. Mas você, que teve uma vida confortável, não teve que se esforçar dessa forma. Por que é razoável você cobrar que alguém faça isso, desmerer essas pessoas que não fizeram e ainda dizer que elas merecem ter a vida que têm?! Será que você estaria onde está se tivesse que se esforçar tanto assim?!
E pras pessoas que chegaram lá, que saíram dessa situação e hoje tem uma vida melhor por terem se esforçado, eu digo o seguinte: sim, em termos individuais é possível fazer isso. Você fez! Mas e se todo mundo fizesse? Se todo mundo estudasse tanto quanto você e se esforçasse pra, digamos, passar em um vestibular: teria espaço pra todo mundo? E a resposta, nós todos sabemos, é: não! Então, essa teoria do esforço não vale pra mudar nossa sociedade como um todo. Se todas as pessoas pobres se esforçassem. elas não deixariam de ser pobres! Essa medida de esforço pode mudar a vida de uns poucos, mas se todos se esforçassem juntos, pra chegar lá você teria que se esforçar ainda mais e mais! Isso seria possível? Ou justo pra que seja razoável se disseminar essa teoria do esforço?!
Não estou querendo dizer que todas as pessoas pobres são coitadas, que merecem pena, que devemos relevar qualquer coisa que façam porque são pobres ou que não devemos esperar nada delas. O meu ponto aqui é que essa questão é bem mais complicada que essa idéia fácil e rasa. Nossa sociedade e a estrutura dela são bem mais complexas que isso. E pra existir alguma chance de mudança nós temos que tentar ter um entendimento mais profundo, bem pensado e sóbrio dela.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Foz do Iguaçu (de ônibus!)



       Há muito tempo eu tinha vontade de visitar Foz do Iguaçu e conhecer as cataratas. E, nessas férias, resolvi colocar meus planos em prática! As cataratas ficam no rio Iguaçu - óbvio! - que divide o Brasil da Argentina. Por esse motivo, existem dois parques que abrigam plataformas com vista para as cataratas: o parque brasileiro e o parque argentino. Todas as pessoas com quem conversei e pra quem perguntei me deram a mesma opinião (que agora eu corroboro): não existe um lado melhor! Os dois passeios se complementam e o ideal é fazer os dois!
       O parque brasileiro é muito bem estruturado. Como é concessionado, é muito bem organizado, tem diversas atrações disponíveis e é muito bem sinalizado. Quando você compra o ingresso e entra no parque tem uma linha de ônibus à sua disposição. Isso é necessário porque o parque é bem grande! Pelo que eu entendi, foi estendido porque não existia espaço suficiente próximo às cataratas para o estacionamento de carros de passeio e ônibus. Então, a solução foi fazer a entrada do parque mais próxima da rodovia e disponibilizar uma linha de ônibus (com valor já incluso na ingresso) para transportar os turistas entre as atrações e a entrada. Os ônibus geralmente tem dois andares e o andar de cima é aberto. A vista de cima é muito mais legal, mas sugiro não subir em épocas de frio a menos que você esteja bem agasalhado!
       Dentro do parque brasileiro (R$ 25,10 para brasileiros) é possível fazer rapel, rafting e arvorismo/tirolesa (pagos à parte). Não fiz o rafting como queria ter feito, mas fiz um passeio de barco que te leva pelo rio, abaixo das cataratas, e que chega bem perto de algumas das quedas, passando com você até mesmo embaixo de algumas delas. Não sou parâmetro, mas fiquei até meio zonza e sem ar. Ver essas cataratas de perto e chegar tão próxima de algumas delas é estonteante! Não tenho como recomendar os outros passeios porque não fiz, mas acredito que fazer esse passeio é imprescindível e é uma experiência única! Para fazer o passeio, desça do ônibus no ponto do Macuco Safari (os pontos são todos anunciados em um auto-falante dentro do ônibus). Como ele vai te molhar (com certeza!) leve ou compre uma capa de chuva. Nós compramos na entrada do parque (de um senhor que estava vendendo na fila) por R$ 5 (do lado de dentro custa R$ 8). Na descida para o passeio também existem armários disponíveis (R$ 5) para guardar seus pertences. Sugiro que leve um chinelo nesse dia e deixe o tênis no armário. Dá pra ir descalço, mas as pedras da escadaria de descida machucam um pouco os pés. O lado ruim desse passeio é o preço: R$ 140 por pessoa! Descobrimos depois que é possível fazer o passeio do lado argentino por algo em torno de R$ 50 (150 pesos), mas não tenho como dizer se são equivalentes ou se o argentino é melhor ou pior, já que acabei não fazendo.
       Quando você volta do passeio, toma o ônibus de novo em direção às cataratas propriamente ditas. Você tem a escolha de descer um ponto antes e fazer uma trilha - que não é bem uma trilha, mas um calçadão de pedras em cujo caminho é possível ver canions e quedas não visíveis da plataforma principal - ou ir direto ao assunto, descer no último ponto e visitar logo as plataformas centrais de onde você vai ter a visão mais impressionante. Todas as quedas ficam do lado argentino, mas a melhor vista delas é presenciada nas nossas plataformas. Os moradores de Foz costuma dizer que a Argentina tem o espetáculo, mas nós temos a platéia! E é inexplicável a sensação de se deparar com algo tão grandioso! Pra mim, a idéia é tão surreal que a foto me parece Photoshop agora!

Cataratas vistas do lado brasileiro
  
       Depois do parque vale muito a pena visitar o Parque das Aves (R$ 20). Coloquei o link do Google Images aí porque é exatamente isso que você vai ver! No começo existem algumas gaiolas e, diante delas, eu estava até com medo de me decepcionar: ver pássaros em gaiolas não é tão legal assim! Mas mais pra frente você descobre que cada centavo pago vale - e valeria até ainda mais: você entra no viveiro com elas e consegue ver todas bem de pertinho!  Dependendo do humor dos tucanos - que geralmente varia com a muvuca em volta deles, então vá cedo! - você consegue fazer carinho em alguns dos que ficam sentados nos corrimãos das passarelas dentro dos viveiros. Mais pra frente tem também um viveiro de beija-flores e borboletas (muito maiores que os primeiros!). Pra corroar a visita, você passa pelo viveiro das Araras Azuis (iguais às do desenho Rio) e vermelhas. No fim, se você quiser enfrentar a fila, pode tirar uma foto com uma Arara Azul sentada no seu braço (mas eu me contentei em poder chegar bem perto delas).

Araras bem pertinho!
  
       A próxima parada, como era de se esperar é o lado argetino. Mas, como era também de se esperar de um passeio de brasileiros na Argentina, foi uma presepada! rs Não pela cidade, que é muito bonitinha, nem pelas visão deles das cataratas, que é magnífica (descrevo melhor abaixo), mas pelo temporal - sim, temporal, não chuva! - que nos seguiu durante o dia todo!
       O parque argentino (115 pesos, algo em torno de R$ 40 - que você deve trocar ANTES de chegar lá, porque eles não aceitam real!) é bem diferente do brasileiro: ao contrário do brasileiro, onde você é obrigado a fazer tudo de ônibus (à exceção da trilha das cataratas), o argentino é praticamente livre para exploração. Tem um jeitão bem mais rústico e menos colorido de ser (apesar dos preços nas lojinhas de comida e suvenir serem bem similares - e tão caros quanto! - aos do lado brasileiro). Logo no acesso do parque você já avista a estação central: ao contrário do lado brasileiro, no lado argentino o transporte é feito por trem. É possível tomar o trem ou pegar uma trilha para chegar à segunda estação da linha. Dali você pode partir para as trilhas inferior e superior. Segundo o que ouvimos - não fizemos essas trilhas por conta da chuva - a trilha superior é mais curta e permite chegar perto de algumas quedas visíveis da trilha no lado brasileiro. A trilha inferior é a que você pega caso queira fazer o percurso de barco do lado argentino. Como eu disse, não tenho como informar se é melhor ou pior que o brasileiro, mas é muito mais barato! (R$ 140 contra 150 pesos - mais ou menos R$ 50 dependendo da cotação que você pegar). Seguindo no trem você vai até a última estação: A garganta do diabo! Você desce do trem e percorre coisa de 1km (estou chutando) em uma plataforma vazada em meio à mata e sobre o rio para chegar até a famosa Garganta do Diabo: a mais volumosa das quedas do conjunto e a mais... Não tem como descrever! É quase assustador! O final da plataforma é bem ali e a visão e o barulho das quedas provocam uma sensação indescritível! 

A foto não ficou muito boa, mas...

       Ao voltar do parque, se você se interessa também por estruturas urbanas diferentes, como eu, vale a pena dar uma volta em Puerto Iguazu. Tem construções bem diferentes das daqui. Algumas das lojas tem um clima meio velho oeste, feitas de madeira e com beirais que cobrem as calçadas. Várias casinhas em grandes quintais e com muros baixos também. Tem realmente um clima bastante distinto das nossas cidades e eu acho interessante testemunhar essas diferenças!
       Se você tiver mais do que dois dias em Foz, sugiro fazer uma visita a Itaipu. Muito interessante descobrir como a usina realmente funciona (acabou com minhas ilusões de que o vertedouro era onde ficavam as turbinas! rs) e ver de perto uma obra humana tão grandiosa. Foz do Iguaçu definitivamente não é um lugar para pequenezas! rs Faça o circuito especial (R$ 60), que é o que te leva por um passeio pelas áreas externas da usina, passando por cima dos vertedouros e da estrutura da barragem e também por uma visita interna, pra ver a usina funcionando em si. Pra fazer esse passeio, é bom reserva antes: chegar lá em cima da hora não é o suficiente e os lugares, que são bem mais limitados do que pra visita panorâmica (visita somente externa) vão estar esgotados! Se for fazer qualquer visita no parque - tem outros passeios também que acabamos não fazendo por falta de tempo - chegue cedo: eles não lidam bem com alta lotação e as filhas na bilheteria ficam enormes! Descobrimos depois também que é possível pagar meia nos passeios usando o cartão Itaú (débito e crédito) mas, pra isso, a compra deve ser feita online.

Vista da barragem e do sorvedouro da represa
Vista da represa
       
       Também gostei bastante da cidade de Foz, especialmente do centro. Ao contrário do centro aqui (infelizmente), lá é tudo limpo, bonito e bem cuidado. Fiquei em um hostel, um hotel beeem simples bem no centro da cidade. Isso foi ótimo porque pudemos nos locomover pela cidade toda de ônibus (mais informações abaixo) sem ter a necessidade de alugar (gastar e se preocupar com) um carro! Também gosto bastante de andar a pé pra conhecer o lugar, então, à parte do barulho típico de centro de cidade (com a qual estou acostumada), foi perfeito! A parte legal de ser um albergue - bem simples mesmo, mas não vejo a necessidade de gastar dinheiro já que mal ia ficar no hotel - é que, no último dia, pudemos alugar um armário pra guardar nossas coisas, ao invés de ter que carregá-las conosco pro passeio de Itaipu ou ter que pagar mais uma diária pra que elas ficassem seguras. Mesmo que não seja nesse hostel, recomendo ficar na região por ser extremamente bem localizada! E, se você ficar por ali, recomendo muito, muito mesmo ir até o Brasa Burguer Hamburgueria (ver abaixo). Eles preparam uns shawarmas deliciosos (sanduíche de carne no pão sírio com temperos de especiarias turcas) e o melhor hambúrguer que eu já comi: artesanal - disforme até, como os hambúrgueres artesanais devem ser! - com um tempero ótimo e um molho de alho muito saboroso! (Eu adoro molho de alho!). Dois shawarmas, uma porção de polenta e uma torre de chopp de dois litros ficaram ao preço de R$ 23 por pessoa!

Av. Brasil, meio que um calçadão na esquina do hostel
       
       Também existem outros passeios que não fiz, como o passeio noturno pra ver a iluminação na usina (precisa ser reservado e só acontece de sexta e sábado), um passeio de Catamarã no Lago da Usina no pôr do Sol (dêem uma olhada no site de Itaipu), além de outros passeios. Uma sugestão legal que recebemos e que não deu tempo de fazer foi ficar de noite em Puerto Iguazu. Também não fomos ao Free Shop, nem a nenhum dos Cassinos lá e desistimos de ir ao Paraguai. Ouvi dizer que pro Paraguai é bom levar dinheiro - eles cobram o preço com ágio quando o pagamento é em cartão - e, de preferência, já convertido pra não perder na "conversão" deles. Nos avisaram que é melhor não atravessar a ponte a pé também, mas não sei quanto isso é realmente perigoso. A sugestão de um amigo meu era fazer as compras no shopping - NÃO COMPRE de camelôs! - logo em frente à ponte. Segundo ele, os preços são bons e você não corre o risco de se perder por lá. O site Férias Brasil tem umas dicas bem interessantes a respeito desses passeios.
       Eu gosto muito de viajar. E já viajei pra muito lugares do Brasil muito bonitos e impressionantes. Grandes e belas represas e um número sem fim de quedas d'água - eu gosto muito, muito mesmo de fazer viagens pra observar e entrar em contato com belezas naturais. Mas as cataratas do Iguaçu são, de longe, a paisagem mais impressionante que eu já vi! Não é à toa que elas estão na lista das 7 maravilhas naturais do mundo! E pra saber a magnitude delas, não adianta: nem fotos, nem vídeos, nem minhas palavras vão te proporcionar a experiência que você vai ter estando parado naquelas plataformas. Mas espero que eu, pelo menos, tenha te ajudado com minhas dicas de passeio! :-)

Preços 
  • Parque brasileiro (para brasileiros): R$ 25,10
  • Passeio de barco (brasileiro): R$ 140
  • Arvorismo/Tirolesa, Rapel e Rafting: R$ 80
  • Parque argentino: 115 pesos (+/- R$ 40, dependendo da cotação)
  • Passeio de barco (argentino): 150 pesos (+/- R$ 50, dependendo da cotação)
  • Passeio Circuito Especial em Itaipu: R$ 60 (meia com cartão Itaú comprando pelo site)
Ônibus
  • Aeroporto - Centro: linha 120 (R$ 2,90).  Atenção!: esse ônibus passa no mesmo ponto do aeroporto quando vai pras cataratas e quando vai pro centro. Ver a direção dele antes de entrar!
  • Centro - Itaipu: linha 101/102 (R$ 2,90).
  • Centro - Cataratas/Aeroporto: linha 120 (R$ 2,90)
  • Puerto Iguazu (Cataratas Argentinas): linha Puerto Iguazu (R$ 4). Descer no terminal de Puerto Iguazu e pegar um ônibus pras cataratas. Ouvimos dizer que existe um ônibus que custa 10 pesos (+/ R$ 3), mas pegamos o que custava 30 pesos. Todo mundo tem que descer no porto da polícia federal argentina. O ônibus pára, todo mundo desce, eles olham seus documentos (CNH, Passaporte ou RG com menos de 10 anos) o motorista espera e você volta pro mesmo ônibus.
  • Ciudad del Leste: não sei o número da linha, mas dá pra ir de ônibus e está a meio caminho de Itaipu
Atenção!: Essas são as linhas que passavam no centro, perto do hotel em que fiquei. Não sei informar quanto a outros pontos da cidade.

 Endereços
  • Brasa Burguer Hamburgueria: Av. Brasil, 319
  • Hostel Normandie: R. Quintino Bocaiúva, 653. Pra sair do hotel e pegar ônibus pra qualquer lugar, bastava seguir a Quintino até a Juscelino Kubtischek (100 metros) e virar à esquerda (pra ir pro Paraguai ou pra Itaipu) ou atravessar a rua e ir até o ponto do outro lado (pra ir pro Aeroporto, pra Argentina ou pras cataratas brasileiras). A hamburgueria fica na rua que faz esquina com a Quintino Bocaiúva, onde fica o hostel. 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Especulação imobiliária


       Estava assistindo essa entrevista aqui do Haddad:

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/02/27/haddad-aposta-em-melhoria-do-transito-com-programa-de-moradia-no-centro-de-sao-paulo.htm

       Eu gostei bastante da entrevista. Concordo com a maioria das coisas que ele diz. Principalmente quando ele fala sobre obras viárias e transporte público... Só acho que tem um equívoco em todo esse pensamento: construir todas essas moradias acessíveis no centro não vai ser solução para nenhum problema!  Pelo menos não para o problema do congestionamento e do grande deslocamento de pessoas pela cidade. Imagine que você compra no centro um apartamento que custa R$ 300.00 e você paga nele só R$ 100.00... Com o atual cenário de especulação imobiliária, o que você acha que vai acontecer? Essas pessoas vão vender o apartamento por R$ 300.00 e vão voltar a morar na periferia!
       O caso aqui é tratar o motivo da especulação imobiliária - que ocorre por um problema estrutural da cidade: por que as pessoas preferem morar no centro (tornando o preço dos imóveis aqui tão absurdo)? Porque os empregos ficam aqui e o transporte público para a periferia da cidade - sendo essa periferia pobre ou não - é lastimável, fazendo com que o trânsito seja ainda pior! Não existe uma forma de se morar na periferia sem ter que passar horas no trânsito e/ou no ônibus lotado!
       Então, o caso não é trazer todo mundo pro centro - mesmo porque, mora bastante gente aqui e ele não comporta muito gente assim quanto ele dá a entender. O caso aqui é realmente investir no transporte público como ele diz - e eu realmente espero que ele dê mais importância a isso - e desconcentrar os empregos, espalhá-los pela cidade. Assim, além das pessoas não precisarem se deslocar tanto durante o dia, quando precisarem fazê-lo, vão poder fazê-lo de transporte público de forma digna...
       O centro é bonito e, apesar de todos os problemas, eu adoro morar aqui. Mas só tem tanta gente querendo morar aqui assim porque morar no resto da cidade é extremamente complicado...

Um novo título para o Blog


       Há tempos existem posts que eu quero fazer e que não encontro espaço. Quando você possui um blog para reclamar das coisas e outro para falar bem delas, onde posicionar um post sobre uma questão que você simplesmente quer explorar e que não necessariamente é nem boa, nem má, mas só uma consideração sobre algo na sua vida ou na vida que você assiste ao seu redor?
       Então, resolvi mudar o foco desse blog aqui. Convenhamos, eu nem fazia tantos posts nele assim - como várias pessoas esperavam que eu não fosse fazer :-P. Mas essa decisão também parte da capacidade que estou adquirindo de ver as coisas não só em preto e branco, mas também em tons de cinza. Muitas coisas que quero discutir e expressar que não são nem de todo boas, nem de todo ruins: simplesmente são!
       Assim, dêem as boas vindas ao meu "novo" blog: provavelmente vocês vão ver bastantes postagens nele!

PS: Quanto ao blog de reclamações, vocês realmente não acharam que eu iria fechá-lo, não é? Reclamar é a minha marca registrada e não esperem que isso vá mudar ;-)

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Minhas férias: Maceió

       Se você está querendo conhecer um lugar lindo no Nordeste, com muitas coisas legais pra se ver, fazer - e comprar, óbvio rs - eu recomendo Maceió. Nem tudo são flores - os que me conhecem sabem de meu senso crítico bem chato, então não poderiam ser rs - mas minha viagem pra lá, com meu sobrinho e minha irmã, foi uma viagem da qual realmente vou me lembrar com carinho.

     Pajuçara


       
       Nós ficamos num albergue do Hostel International na praia de Pajuçara. Se você está procurando um lugar pra ficar onde você vai ter uma piscina, um bar e todas as regalias de um bom hotel, esse não é o lugar pra você. Principalmente - e esse é um dos pontos que me deixaram um pouco chateada com a cidade - porque lá você pode ver que nem tudo em Maceió são rosas. O hostel não se encontra em uma localidade perigosa, nem de aspecto ruim. Mas a comparação entre a orla - que fica paralela e duas ruas pra frente - e a rua do hostel deixa óbvio o fato de que a cidade de Maceió se importa somente com os turistas. Nessa rua e nas ruas de trás da orla - pelo menos nesse bairro em que fiquei - faltam calçamentos decentes, faixas de pedestre, faróis para coordenar o trânsito, etc. Tudo o que não falta na orla que, por sinal, é incrivelmente bem estruturada (veja mais abaixo). Tirando esse ponto fraco - de que o hostel fica numa rua não muito mais bonita do que qualquer rua de periferia em São Paulo - é um bom lugar pra se hospedar se você só está realmente procurando um lugar com um bom custo benefício pra ficar e sem muita firula. O quarto era meio apertado, mas estava tudo muito limpo, o café da manhã até que é bem razoável pelo que eu esperava (ovo, pão, cuzcuz nordestino (!), bolo, café, leite, dois tipos de suco, bolo e frios) e o hostel fica bem localizado (duas ruas para trás da orla, como já mencionei, o que dá uns 5 minutos a pé da praia). Só não esqueça do repelente: eu parecia que estava com catapora depois da primeira noite, de tantas picadas de pernilongo!
       No primeiro dia chegamos do aeroporto, descansamos um pouco e fomos dar uma volta na orla. E, como já disse, ela é incrivelmente bem estruturada: além de vários quiosques, o que é quase obrigatório, ela tem quadras, pistas de skate e bicicleta, ciclovia, calçadas largas, muitas árvores e tudo muito bem cuidado. O único problema é que, apesar da iluminação ser muito bem feita em todo esse calçamento, não existe iluminação na praia (na areia). Então, fomos avisadas por um taxista de que ir até a praia em si não era uma boa idéia. Como acho que seguir esse tipo de conselho é sempre bom, ficamos ali pelos quiosques mesmo. Comi uma tapioca ótima (adoooro tapioca!) de carne seca acebolada com queijo e outra de leite condensado. O quiosque que eu recomendo - pelo menos se você quer provar uma boa tapioca, o coco estava morno :-/ - é um fica logo depois da rua que pegávamos pra ir pra praia (R. Araújo Bivar), depois do quiosque da Skol.
       No segundo dia resolvemos ficar ali pela praia de Pajuçara mesmo. Escolhi essa praia porque tinha lido alguns reviews dizendo que ela era muito bonita e de fato era. Ali não existe necessidade de se preocupar em levar cadeiras, guarda-sóis, etc: não bastasse todas a sombra que as árvores proporcionam, por toda a praia existem locais em que você pode alugar um par de cadeiras e um guarda-sol pelo dia inteiro por R$ 5,00. Passamos o dia na praia e de tarde resolvemos almoçar em um restaurante na orla. Mais tarde fomos até a feirinha de artesanato de Pajuçara (Av. Dr. Antônio Gouveia, 1447). Trata-se do tipo de um galpão de um tamanho bastante razoável com algo em torno de umas 50 barracas de artesanato diverso. Tem vestidos, bolsas, bijuterias, brinquedos, lembranças, tudo bastante original. Foi a feira de artesanato mais legal a que eu já fui: tem muita, muita coisa bonita e tudo com um preço bem razoável! Acostumada a passear em feiras de artesanato em São Paulo, Embu das Artes e outras cidades turísticas - só passear mesmo, porque raramente dá pra comprar alguma coisa! - fiquei impressionada com os preços! Com um orçamento um pouco apertado, já tinha me contentado a comprar somente algumas bugigangas e lembranças, como chaveiros, imãs e coisas afins, mas comprei muita coisa lá! Saídas de praia, camisetas, algumas lembranças (mais legais do que chaveiros) pros meus pais e irmãs... Meninas, tinham umas bolsas de praia lindas lá! Brincos, pulseiras, chinelos, roupas, tudo muito bonito! Tive que me segurar muuuuito pra não ser tomada pelo menu impulso consumista feminino e não gastar lá tudo o que eu tinha e não tinha pra gastar! rs
       Na terça-feira, o terceiro dia, como não pode deixar de acontecer em um passeio meu à praia: choveu! Mas choveu o dia inteiro! Na volta para o aeroporto, conversando com o taxista, descobri que isso nunca acontece nessa época do ano. Ele me disse que nessa época costumam cair algumas pancadas de chuva todos os dias, mas é só. Não sei porque, mas nem me surpreendo mais com isso... rs  A única coisa de notável nesse dia - e de notavelmente ruim - foi nosso almoço em um restaurante italiano da orla chamado "Ottimo"... Evitem, porque o nome é uma ironia! Só paramos lá porque estávamos a caminho da feirinha e começou voltou a chover. Como estávamos com fome, resolvemos comer lá mesmo. O restaurante não foge aos padrões de um Spolleto: não muito barato e nada demais. Mas me senti meio roubada porque já tinha percebido que dava pra comer melhor lá e pagar menos. No mínimo, dava pra comer com o mesmo nível de qualidade gastando bem pouco. Nesse dia, se não engano, compensamos nossa decepção culinária tomando sorvete na sorveteria Bali. Os preços não eram muito baratos - não lembro o preço - mas tem uma característica, além do sorvete ser bom, que chama atenção e faz valer a pena dar uma passada lá: tem 68 tipos diferentes de sorvete! 68!! Nunca vi tantos sabores diferentes assim na minha vida!

      Maragogi


       Na quarta-feira fomos fazer o passeio nas piscinas de Maragogi. Tínhamos marcado o passeio com o albergue, mas indo até a feirinha descobrimos que existem várias vans que ficam no entorno e que oferecem os passeios por um preço bem mais camarada. Íamos pagar R$ 75,00 por pessoa com o hostel; lá conseguimos pagar R$ 60,00 por adulto e R$ 40,00 por meu sobrinho de 8 anos com a Tonnico Lima Turismo. Estava um pouco desconfiada por pagar tão mais barato no começo, mas correu tudo bem. Eles também nos levaram para o passeio na praia do Francês / praia do Gunga (veja mais abaixo) e nos levaram até o aeroporto (R$ 40,00) e eu recomendo a agência (com algumas resalvas que já explico). Mas minha dica é: mesmo que vá contratar essa agência, vá até o entorno da orla e fale com o agente que vai estar lá parado com a van. O preço lá é outro por conta da concorrência (ficam inúmeras vans paradas na mesma região).
       Voltando ao passeio: levantamos às 5:00 nesse dia - Maragogi fica a duas horas de carro de Maceió e o passeio depende da maré, então temos que sair bem cedo. Tomamos café e a van nos apanhou no hostel às 6:15. Chegamos à Maragogi por volta das 8:00 e paramos em um restaurante onde íamos pegar o catamarã. E fica aqui minha ressalva (que deve ser uma ressalva geral, duvido que isso varie de agência para agência): claramente existia algum tipo de acordo entre o guia/a agência e o dono do restaurante. Preocupadas principalmente em não deixar meu sobrinho com fome, já tínhamos levantado mais cedo e tomado café com pães e bolos que tínhamos comprado no mercado no dia anterior (o café no hostel só começa às 7:30). Então, foi bastante chato pra gente saber que, ao chegarmos lá, o catamarã ainda iria esperar mais 45 minutos pra sair pra que todas as pessoas pudessem ter tomado seu café no restaurante (aí está o acordo). Principalmente por estarmos com uma criança pequena. Explico: o passeio nas piscinas naturais depende da maré. E com uma criança pequena, com o cuidado que temos ter de não pisar nos corais lá, quanto mais baixa a maré, melhor. Os 45 minutos que esperamos com certeza atrapalharam nosso passeio lá. Com certeza teríamos pego a maré mais baixa antes. Então minha dica aqui é: no caso de Maragogi, tente negociar com a agência somente o transporte até o local. Chegando lá, tente conseguir uma lancha pra te levar imediatamente até as piscinas, principalmente se você estiver com crianças pequenas. Se não der, só então acerte o passeio com o catamarã. Um menino pisou em um ouriço em nosso catamarã por conta da visibilidade que não estava muito boa. E tente ver a previsão do tempo para o dia seguinte antes de contratar o passeio: em nosso caso, o dia estava quente, mas estava meio nublado, o que dificultava a visibilidade dentro d´água e (infelizmente) não tornava a água tão clara quanto se vê nas fotos de Maragogi no Google Images. E visibilidade é importante porque o lugar parece um labirinto de corais! rs Você quer chegar até ali, mas não dá porque não dá pra ver por onde passar! 
Outra dica: se estiver com crianças pequenas e não tiver interesse nas fotos que eles vão tirar debaixo d'água com os peixinhos - R$ 50,00 por 30 fotos - já dispense logo os fotógrafos. Não diga um "Não, mas...", diga "Eu não quero as fotos!". Eles são muito, muito chatos. E muito insistentes! Vão trazer comida de peixe pra que os peixinhos se juntem em torno das suas crianças e pra tentar fazer você mudar de idéia. Houve um que nós achamos que pertencia ao nosso catamarã - existem vários catamarãs parados no local - e que estava tentando nos ajudar. O que aconteceu foi que ele só queria nos levar pra longe, nos afastar do nosso grupo pra tentar nos vender as fotos e nos deixou num local um pouco afastado nesse labirinto e em que tivemos um pouco de problema pra voltar (a visibilidade realmente não estava muito boa no dia, por conta da maré - dos 45 minutos - e do dia nublado). Fiquei bastante irritada com ele! Então, diga não imediantamente e, se quiser ver muitos peixinhos, leve sua própria comida de peixe. 
Também existe a opção de fazer o mergulho - R$ 80,00 por pessoa - que não fizemos ou de alugar um snorkel no catamarã pra poder ver os peixes embaixo d'água. Mas sugiro que você tente comprar um baratinho e levar: os que eles fornecem estavam um pouco sujos demais pro meu gosto (é, eu sou fresca mesmo, e daí?! rs). 
Resumo: tente pegar uma lancha, leve seu snorkel, comida de peixe, vá num dia ensolarado e dispense logo o cara das fotos se não tiver interesse! O passeio valeu a pena, mas deve valer mais seguindo todas essas dicas ;-)

    Praia do Francês, Barra de São Miguel e Praia do Gunga


   


     O quinto dia pra mim foi o mais legal. Queríamos fazer o passeio às Dunas de Marapé, mas descobrimos que a CVC monopolizava o passeio em todos os dias da semana, exceto às sextas. Infelizmente esse era o dia do nosso retorno, então não seria possível. Chegamos até a encontrar uma agência filiada à CVC que tinha o passeio disponível para quinta-feira, a Transamérica Turismo, mas tinha um rolo com cartão, comigo e com minha irmã e mudamos de idéia. Pensei em irmos para Porto de Galinhas - o passeio era algo em torno de R$ 60,00 por pessoa, se não me engano - mas desisti após ler no Férias Brasil que Porto de Galinhas ficava a 4 horas de distância - ou seja, 4 horas pra ir e 4 horas pra voltar trancada em uma van com uma criança de 8 anos... Não parecia uma boa idéia! rs  
Acabamos optando pelo passeio "Praia do Francês + Praia de São Miguel + Praia do Gunga", que foi muito legal! A parada na praia do Francês nós pulamos com nosso instinto consumista na lojinha de artesanato, mas parecia uma praia bonita pelos postais que vi na loja rs De qualquer forma, era uma parada só pra tirar fotos. Pegamos novamente a van e quando se chega na praia de Barra de São Miguel - e essa é uma das partes mais legais do passeio - é possível pegar uma lancha - R$ 25,00 por pessoa - pra ir até a praia do Gunga. O passeio de lancha é muito legal! E eles param em um banco de corais no meio do caminho, em que você pode subir pra tirar fotos, ver a paisagens, ver uns ouriços e dar comida para mais peixinhos coloridos (anotação mental: levar comida de peixe nessa viagem!). Depois ele pára no tipo de um lago de água salgada que é formado pelo banco de corais, muito bonito, pra que as pessoas possam se banhar. Tomamos uma batida de abacaxi muito boa, que a princípio me pareceu meio cara - R$ 12,00 - mas que não ficou tão cara assim depois que descobri que ela vinha dentro de um abacaxi!  E então, seguimos para a praia do Gunga. A praia é muito bonita e tem uma infra-estrutura muito boa. Vários restaurantes, quiosques, lojinhas, chuveiro... Lá você também pode fazer um passeio de bug pela praia - R$ 30,00 adulto / R$ 15,00 criança. O bug anda pela orla da praia e te leva até umas falésias muito legais que existem mais pra frente. Acho que dá pra ir a pé, mas o passeio parece bem legal. Digo parece, porque demos o azar - ah, meu querido azar! - de pegar um bug bem bichado. A princípio achamos que o motorista do bug estava pegando leve na velocidade por sermos duas meninas e uma crianças, mas quando pedimos a ele pra andar um pouco mais rápido, ele inventou uma desculpa e disse que não dava. Claramente aquela joça estava zuada! Daria pra andar mais rápido sim porque todos os bugs passaram por nós na ida! E, vendo que o carro estava com algum problema, ele ainda pulou um parte do passeio e só fomos ter certeza disso quando nós percebemos que retornamos ao ponto de partida muito antes dos outros, que tinham saído junto conosco :-/ Quando perguntei a ele porque não tinha entrado nas falésias ele teve a cara de pau de dizer "Se você tivesse pedido, eu tinha entrado". Eu lá tenho como saber como é o passeio de antemão?! Então, minha dica nesse caso é: preste atenção no bug antes de sair, se achar que está muito devagar, peça pra ele correr mais e se ele disser que não, peça que ele dê meia volta: o passeio é legal devagar, mas definitivamente não vale o que eles estão cobrando! Minha avó dirige com mais emoção que isso! Ah, outra coisa: assim que chegar à praia, pergunte onde você deve agendar o passeio de bug e já marque logo. Os passeios duram algo em torno de 50 minutos e não tem pra todo mundo, então não deixe pra agendar mais tarde. 
Nessa praia também dava pra fazer um passeio de ultraleve anfíbio, mas não sei o preço. Era demais pra minha cabeça - sou muito, muito medrosa! rs - e demais para o meu bolso já!  
Se quiser comer alguma coisa, não lembro exatamente onde ficava a barraca, mas procure os bolinhos de macaxeira: são uma delícia! E se você tiver o tamanho de um hobbit, como eu, cuidado com o mar nessa praia: tente entrar na parte mais próxima ao lugar em que as lanchas chegam. Mas pra lá o tombo é grande e o mar é muito forte! Tomei mais de um caldo junto com a criança! Eu tinha que ficar segurando a mão dele o tempo todo e teve uma hora em que ele mesmo se cansou.

      Mais Pajuçara


       No último dia demos uma volta na praia e tínhamos planos de andar de bicicleta tripla na ciclovia - R$ 12,00 por módulo, dá pra montar uma bicicleta de quantos módulos quiser, vimos uma bicicleta de seis pessoas - mas não rolou. Acho que dá pra fazer um passeio bem legal e ir até a praia de Ponta Verde - mais pra cima - mas não deu tempo. Optamos por levar meu sobrinho - tínhamos prometido a ele - em uns brinquedos aquáticos daqueles de inflar - R$ 30 por uma hora (na sexta-feira). Nesse dia eu fiquei bem quebrada de ajudá-lo a subir nos brinquedos, mas parece que valeu a pena. Ele gostou bastante. Os brinquedos e o aluguel das bicicletas ficam próximos à feirinhas, se interessar. 
Queria ter feito o passeio às piscinas naturais de Pajuçara, mas também não deu tempo. Custa R$ 20,00 e você pega o tipo de uma canoa com uns bancos. Os canoeiros ficam ancorados na praia de Pajuçara na altura do número 1000 da Av. Dr Antônio Gouveia. Parece valer muito a pena pelas fotos.
       Apesar dos contratempos e de nossas trapalhadas, foi uma viagem bem legal. Levando todos os contrastes em conta, pra mim, Maceió saiu ganhando. Eu recomendo!

       PS: Não comam no Aeroporto: o Spolleto foi o mais miguelado que eu já vi e meu sobrinho passou mal com um lanche do Bob's.

Lugares e preços:

Hostel International - R$ 120,00 diária em quarto triplo
Feirinha de artesanato de Pajuçara - Av. Dr. Antônio Gouveia, 1447
Sorveteria Bali - 68 tipos de sorvete!
Maragogi - R$ 60,00 adulto / R$ 40,00 criança (com agência Tonnico Lima Turismo)
Mergulho Maragogi - R$ 80,00
Dunas de Marapé (vários dias da semana) - R$ 80,00 adulto / R$ 40,00 criança (com agência Transamérica Turismo)
Francês + Barra de São Miguel + Gunga - R$ 20,00 adulto / R$ 10,00 criança (com agência Tonnico Lima Turismo)
Lancha praia Barra de São Miguel - praia Gunga - R$ 25,00
Bug praia Gunga - R$ 30,00 adulto / R$ 15,00 criança
Piscinas naturais Parajuçara - R$ 20,00 por pessoa na canoa
Passeio de bicicleta - R$ 12,00 por módulo
Uma hora nos brinquedo infláveis - R$ 20,00 de segunda a quinta / R$ 30,00 na sexta